[RESENHA] Prince of Thorns - Trilogia dos Espinhos Volume I

Autor: Mark Lawrence
Editora: DarkSide Books
Páginas: 360
Ano: 2013
Classificação: 4/5
Sinopse: Ainda criança, o príncipe Honório Jorg Ancrath testemunhou o brutal assassinato da Rainha mãe e de o seu irmão caçula, William. Jorg não conseguiu defender sua família, nem tampouco fugir do horror. Jogado à sorte num arbusto de roseira-brava, ele permaneceu imobilizado pelos espinhos que rasgavam profundamente sua pele, e sua alma.
O príncipe dos espinhos se vê, então, obrigado a amadurecer para saciar o seu desejo de vingança e poder. Vagando pelas estradas do Império Destruído, Jorg Ancrath lidera uma irmandade de assassinos, e sua única intenção é vencer o jogo. O jogo que os espinhos lhe ensinaram.


Mesmo estando louco para falar de King of Thorns, que terminei na segunda feira, me senti na obrigação de situar os leitores na história, falando um pouco sobre o primeiro livro da Trilogia dos Espinhos, o Prince of Thorns. Não será uma resenha tão completa, pelo fato de eu ter lido o livro no ano passado e não ter relido para escrever sobre ele. Então, boa parte da resenha será feita pela minha memória e algumas olhadinhas no conteúdo do livro. Vamos lá?


Prince of Thorns faz parte de uma trilogia escrita por Mark Lawrence, do gênero Dark Fantasy. Sim, Dark Fantasy. Nunca ouviram falar? Nem eu, até ler este livro. O livro é basicamente uma história fantástica com elementos bem mais pesados, que não são tão comuns nos livros de Fantasia tradicionais, como sangue (muito sangue), assassinatos, temas mais pesados e adultos (A própria série “A Crônicas de Gelo e Fogo, de G.R.R. Martin” faz parte deste gênero, apesar de eu ter descobrido isso momentos antes de estar escrevendo esse trecho). É como um derivado da Fantasia Medieval. Enfim, não entrarei em discussão aqui, pois falar sobre gêneros não é meu objetivo.

Voltando…

Aqui no Brasil o livro é publicado pela amada DarkSide Books, editora bem nova no mercado nacional. Para aqueles que estiveram hibernando nos últimos dois anos, a DarkSide é a primeira editora a se dedicar inteiramente aos gêneros de Terror, Dark Fantasy e Policial aqui no nosso país. Já publicou livros como “Psicose”, “O Massacre da Serra Elétrica”, “A Noite dos Mortos Vivos” e outros, com uma qualidade quase psicopata de acabamento. Todos muito lindos! Mas chega, vamos falar agora da história!

Um dos muitos caprichos da DarkSide Books com seus livros.
Em Prince of Thorns acompanhamos o destino de Jorg Ancrath, o protagonista mais impiedoso e assassino de que me lembro. Em sua infância, com nove anos de idade, ele sofreu um trauma que o marcou para sempre, tanto psico quando fisicamente: sua mãe e seu irmão foram assassinados pela seu tio, o Conde de Renar. Para salvá-lo, ou não, ele foi jogado em um arbusto de Roseira Brava, com enormes espinhos que cravaram-se em sua pele e espalharam o veneno por seu sangue. Com esse destino, a morte estava praticamente selada para ele. Porém, ele sobrevive, contra todas as expectativas e planos por trás do acontecido e dali em diante, vive para cumprir sua vingança, junto de um bando de “foras-da-lei”.

A história é narrada em dois frontes, os dois com o ponto de vista de Jorg. O primeiro, o que já nos é apresentado logo de cara, é a vida de Jorg quatro anos depois do acontecido em sua infância. Ele está acompanhado por um bando de bandidos bem mais velhos que ele. O mais incrível de tudo isso é que, com treze anos, ele é o líder desse bando. Falarei melhor sobre isso mais a frente.

O segundo fronte começa alguns dias depois da queda de Jorg no arbusto de Roseira Brava. Ele recebe tratamento e ali ele aprende o que é o ódio e começa a traçar os planos de sua vingança. Esse ponto da história se desenvolve ao longo dos anos, mostrando o crescimento do personagem, o recrutamento de alguns membros de seu bando, culminando (SPOILER) na vingança do protagonista. O outro também conta uma parte importante da história, com uma outra missão que Jorg recebeu de seu pai.

Livros com mapas são os melhores, por favor!
Lendo lá em cima, dá pra perceber o quanto estou empolgado em falar de King of Thorns. O mesmo não posso dizer de Prince of Thorns. Por mais que não seja um livro ruim, - longe disso, afinal, é um ótimo livro - ele passou longe de me empolgar com a história. A ideia de ter um protagonista anti-héroi é ótima, mas não é executada de uma maneira empolgante. É quase inconcebível a ideia de Jorg, com treze anos liderar um bando de bandidos, com alguns deles duas, três, quatro vezes maiores que ele e esse bando simplesmente aceitar esse fato, muitas vezes até morrendo nas mão dele. Falo isso no sentido de idade, já que psicologicamente Jorg aparenta ser muito mais velho, maduro e já mata sem remorso algum.

Além do mais, os desafios que aparecem no caminho de Jorg não são mais do que um grão de areia que incomodam os pés do protagonista. Soluções fáceis demais fazem com que a emoção de ler o livro seja muito diminuída. Falta essa emoção, falta ação, falta desafio para esse personagem que tem tudo muito fácil.

Um outro ponto que também não agrada tanto é o fato de os demais personagens não se destacarem dentro da história. Isso se dá mais pelo fato da história ser contada somente do ponto de vista de Jorg, mas não custava nada os personagens secundários fazerem mais do que cumprir as ordens de seu líder.

A propósito, não sintam como se o livro tivesse mais pontos negativos que positivos. Eu não vou expô-los aqui e agora. Isso vai ficar para o post de King of Thorns, com alguns detalhes sobre o mundo criado por Mark Lawrence que, se não conquistou vocês aqui, espero conquistar com o que tenho a falar sobre o segundo livro.


[...] Eu amadureci, mas, seja qual for o monstro que deve haver em mim, sempre fui eu, minha escolha, minha responsabilidade, minha maldade, se você preferir.
É o que eu sou. Se você quer desculpas, venhas buscá-las.   p. 355

É isso aí, essa foi a “resenha” de Prince of Thorns.Ficou pouco maior que eu esperava, mas deu pra deixar vocês por dentro da história. Recomendo a leitura. Não se sintam impedidos pelas falhas que o livro apresenta, justamente porque sua continuação faz com que essas falhas se percam e até sejam esquecidas (ou não). A resenha de King of Thorns deve sair no fim de semana. Fiquem ligados!

Até a próxima.

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