[RESENHA] Dragões de Éter: Corações de Neve

Autor: Raphael Draccon
Editora: LeYa do Brasil
Páginas: 495
Ano: 2009
Classificação: 4,5/5,0
Sinopse: Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltaram contra as antigas raças. E assim nasceu a Era Antiga. Hoje, Arzallum, o Maior dos Reinos, tem um novo rei, e a esperada Era Nova se inicia. Entretanto, coisas estranhas continuam a acontecer... Uma adolescente desenvolve uma iniciação mística proibida, despertando dons extraordinários que tocam nos dois lados da vida. Dois irmãos descobrem uma ligação de família com antigos laços de magia negra, que lhes são cobrados. Duas antigas sociedades secretas que deveriam estar exterminadas renascem como uma única, extremamente furiosa.

Após duas décadas preso e prestes a completar 40 anos, um ex-prisioneiro reconhecido mundialmente pelas ideias de rebeldia e divisão justa dos bens roubados de ricos entre pobres é libertado, desenterrando velhas feridas, ressentimentos entre monarcas e canções de guerra perigosas. O último príncipe de Arzallum resgata sombrios segredos familiares e enfrenta o torneio de pugilismo mais famoso do mundo, despertando na jornada poderosas forças malignas e benignas além de seu controle e compreensão.

E a tecnologia do Oriente chega de maneira devastadora ao Grande Paço, dando início a um processo que irá unir magia e ciência, modificando todo o conhecimento científico que o Ocidente imaginava possuir.

E o mundo mudará. Mais uma vez.


Deus do céu, olha bem o que se tornou a minha vida... Ando correndo tanto, mas tanto que pra quem lê quase três livros em um mês, dessa vez levei mais de dois meses para ler um livro. Ainda bem que aparentemente a turbulência da minha vida passou poderei manter a minha rotina de leitura. Deixando o papo de lado, pra quem não sabe esse livro é o segundo da trilogia Dragões de Éter e você pode conferir a minha resenha do primeiro livro clicando aqui.


Primeiramente tenho que observar que neste livro o estilo de narração, apesar de ficar claro que vem de um contador de história como era no livro anterior, é muito diferente. Não sei se isso é devido ao fato de muitas explicações sobre Nova Ether não serem mais necessárias por terem sido dadas no livro anterior, mas aquela necessidade de explicar certas coisas nos mínimos detalhes, mesmo aquelas que já conhecemos, desaparece completamente.

A história começa com a coroação de um novo Rei em Arzallum, isso mesmo, uma coisa que não comentei na resenha anterior para não soltar aqueles básicos spoilers, Anísio Branford assume o lugar do pai como soberano de suas terras após uma trágica morte nas mãos de Jamil Coração-de-Crocodilo. E convenhamos que essa coroação foi muito, mas muito bem elaborada. Além dos pedidos do rei que causaram um enorme reboliço, principalmente o pedido de soltura de Robert de Locksley, conhecido também como Robin Hood. Ali mesmo conhecemos diversos Reis de Nova Ether e suas personalidades, alguns citados no livro anterior, outros apresentados apenas naquela ocasião e isso nos ajuda muito a imaginar o rumo que a história poderá receber e é claro, entender melhor o que aconteceu quando chegamos no final do livro. É também na coroação de Anísio que somos apresentados a Rumpelstichen, um barão-gnomo que vem do Oriente trazendo consigo uma nova tecnologia aprendida com gênios e regada por magia vermelha.

Os personagens que mais se destacaram na trama anterior como João e Maria Hanson, Ariane Narin e Axel Brandford seguem "crescendo e amadurecendo". Maria se torna professora da Escola Real do Saber, Ariane começa a seguir seu caminho como iniciada, Axel representa Arzallum no torneio do Punho de Ferro e começa a ser mais responsável, mas o grande destaque mesmo fica com João. Rapidamente vemos a evolução deste adolescente, que já começa o livro defendendo a honra de sua irmã. O personagem que começa a trama como uma criança passa a se portar como um verdadeiro adulto para defender a honra de sua família e também de Ariane, sua noiva prometida. Pois é, depois de testemunharmos todo aquele clima entre Ariane e João finalmente eles acabam assumindo o amor que sentem um pelo outro.


Branca Coração-de-Neve é outra personagem que ganha destaque nesta história, não tanto quanto os personagens citados anteriormente, mas ajudando o autor criar grande parte do suspense em sua história que conta de um modo diferente como ela "caiu em seu sono profundo" após se mostrar uma mulher de caráter e firmeza. Podemos dizer que ela se mostra aquele tipo de mulher que nasceu para se tornar Rainha ao lado de seu marido e não para permanecer a sombra.

Voltando um pouco a Axel e ao torneio do Punho de Ferro, tenho que dizer que esse foi um dos pontos que mais me incomodaram no livro, pois é, calculo que praticamente metade do livro tenha sido dedicado quase que exclusivamente ao torneio. Um livro escrito com capítulos curtos teve o primeiro capítulo relacionado ao torneio com quase trinta páginas. As lutas em si foram bem descritas, mas faltou uma explicação do que seria cada um dos golpes, eu sinceramente li as cenas viajando na maionese e me desculpem aqueles que dizem que o Google está ai pra resolver esse problema, mas eu não me sinto na obrigação de ler um livro com um computador do lado ou um celular na mão e sinceramente acho que todo autor ao descrever uma cena tem que se preocupar em deixá-la o mais clara possível para quem vai ler.

Lembra que eu falei que gostei muito do Snail Galford? O papel dele fica muito maior neste livro, mas o rumo que sua participação toma poderia ter sido muito melhor. Não comentei nada sobre a Liriel Gabbiani na resenha anterior porque não dei importância para a personagem, mas neste livro ela se une com Snail para reerguer os Fantasmas e os Sombras. Ou pelo menos é isso que se diz... No fim das contas os novos membros são recrutados e treinados ao estilo dessas facções criminosas, mas o objetivo por trás desce renascimento nada mais é do que ajudar Robin Hood a retomar sua busca por revolução e a libertação de Sherwood.


Apesar dos detalhes que não gostei no livro tenho que dizer que é uma obra muito boa, com toques de suspense, ação e até mesmo romance e todos os detalhes ficaram muito bem fechados,  não sobraram pontas soltas, mas muitos fatos dão brechas para que a imaginação flua livremente e crie expectativas quanto ao que vai ser o terceiro volume desta trilogia. Realmente estou muito ansiosa por saber o que o futuro reserva para Arzallum e nessas horas agradeço muito por já ter o próximo livro em mãos.

Beijinhos e até a próxima resenha, que espero que não demore muito.

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2 comentários ♥

  1. Oi Gi!

    Diversas vezes fiquei boiando na sua resenha, não conheço nenhum nome hahaha Provavelmente porque ainda não li o início da série e tudo mais. Enfim, eu gosto desse universo criado por Draccon e fico super curiosa pra saber mais sobre a história. Ainda vai me dar uma "loucura" e vou comprar toda a coleção ahhaha Acho as capas lindas.

    Beijocas
    http://www.estantedasfadas.com.br/

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    1. Bom dia Carol...
      Pois é flor, Draccon é muito bom, mas tenho que dizer que a gente não vê as pessoas falando muito dele por ai, por isso seus personagens não ficam tão conhecidos. As vezes a gente lê resenhas por ai de livro que nem leu, mas já conhece todos os personagens de tanto que ouve falar, mas infelizmente esse não é o caso.

      Quando puder compre os livros, apesar de uns pequenos "defeitos" que me incomodam acho Draccon um excelente escritor e a leitura desses livros só me deixa ainda mais ansiosa pra comprar Cemitério de Dragões. Sem contar que as capas das novas edições são muito mais bonitas que as minhas.

      Beijinho e boa semana

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