[RESENHA] Dragões de Éter: Círculos de Chuva

Autor: Raphael Draccon
Editora: LeYa Brasil
Páginas: 534
Ano: 2010
Classificação: 3,0/5,0
Sinopse: Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. Hoje, Arzallum, o Maior dos Reinos, tem um novo Rei e vive a esperada Era Nova. Coisas estranhas, entretanto, nunca param de acontecer... Dois irmãos sobreviventes a uma ligação com antigos laços de magia negra descobrem que laços dessa natureza não se rompem tão facilmente e cobram partes da alma como preço. Uma sociedade secreta renascida com um exército de órfãos resolve seguir em frente em um plano com tudo para dar errado em busca do maior tesouro já enterrado, sem saber o quanto isso pode mudar a humanidade. O último príncipe de Arzallum viaja para um casamento forçado em uma terra que ele nem mesmo sabe se é possível existir, disposto a realizar um feito que ele não sabe se é possível realizar. Uma adolescente desperta em iniciações espirituais descobre-se uma mediadora com forças além do imaginário. E um menino de cinco anos escala uma maldita árvore que o leva aos Reinos Superiores, ferindo tratados políticos, e dando início à Primeira Guerra Mundial de Nova Ether.



Ai gente, e essa correria que a minha vida virou, como faz? Tem mais de um mês que eu terminei de ler esse livro e somente agora estou conseguindo parar na frente do PC pra digitar a resenha... Pra vocês terem uma ideia nesse meio tempo eu reli Lua das Fadas, li Percy Jackson e Os Olimpianos: O Ladrão de Raios e Sailor Moon 5, e hoje terminei de ler O Trono Sem Rei e comecei a ler Percy Jackson e Os Olimpianos: O Mar de Monstros (fica a dica do que espera vocês em minhas próximas resenhas). Não falo nada, não prometo prazos... Vai que eu só arrumo tempo de novo daqui um mês? Enfim, chega de papo e vamos ao que realmente interessa.



Vou ser curta, grossa e direta... Apenas uma palavra me vem a mente quando penso neste livro e infelizmente esta palavra é decepção. Não sei se vocês se recordam da resenha que fiz do segundo livro da trilogia, mas lá comentei que o autor fechou muito bem todas as pontas na história e deixou brechas para muitas coisas que poderiam acontecer neste livro, mas infelizmente parece que Raphael Draccon se esqueceu de muita coisa que havia escrito no segundo livro quando foi escrever o terceiro.

Como dito na sinopse do livro, um menino subindo em uma maldita árvore é o ponto primordial para ser declarada a Primeira Guerra Mundial de Nova Ether. Você pensa que todos os personagens que conheceu e amou vão acabar enfiados em tudo aquilo, mas não, apesar de grande parte da história do livro estar relacionado a guerra, infelizmente os personagens como João, Maria e Ariane acabam vivendo histórias em paralelo aos acontecimentos da guerra. E nesse momento eu digo, se preparem que lá vem spoilers e mais spoilers pela frente, estou tão indignada que não consigo pensar em como fazer essa resenha sem contar tudo o que me decepcionou, então se você não gosta de spoilers é melhor parar de ler o que eu tenho à dizer agora mesmo.

Na resenha anterior comentei que houve um crescimento e um amadurecimento muito grande da parte dos personagens, certo? Pois bem, depois que terminei este livro me perguntei onde foi parar todo esse crescimento dos personagens, pois eu simplesmente vi alguns deles regredindo ou se apagando a cada página que se passava. Nesse livro Maria Hanson só serviu pra dar aquele ar de garota magoado com o fim de namoro e que acaba sendo disputada pelos rapazes mais desejados da cidade, de resto ela serviu pra pouca coisa. Ariane Narin continuou seguindo o seu caminho como iniciada, mas todo esse papo de ela ser especial no final das contas não serviu pra nada, nadinha mesmo, aliás, serviu pra garota ser presa acusada de conspiração contra o Rei e depois ser solta quando a guerra acabou sem qualquer tipo de explicação do motivo por trás da liberdade que ela havia ganhado. Branca dentre as mulheres da história foi uma das que mais se destacou, controlando Arzallum enquanto seu marido estava no meio da guerra e até mesmo ajudando a defender a cidade.


Axel Brandford partiu para a Terra do Nunca, pra se casar com sua noiva prometida e convencer o Rei Petter Pendragon ser aliada de Arzallun na guerra, mas pasmem, aqui há um grande furo do Draccon: Axel foi fazer isso, muito antes dele e Anísio ficarem sabendo que o pacto que regia a paz de Nova Ether foi quebrado e que a guerra finalmente começaria. Ok, vocês podem me dizer que o Anísio poderia estar sentindo a guerra nas juntas ou qualquer coisa do tipo, mas que isso ficou estranho pra mim ficou. João Hanson, agora escudeiro continuou com o seu crescimento, continuou mantendo uma boa. Na minha opinião ele foi o único personagem, de todos que a gente acompanha desde o começo, que teve uma história muito bem definida e acabada, mesmo não estando ligado diretamente a guerra. Uma pena que no meio do livro ele acaba fazendo um pacto que tinha um preço de sangue e que não foi pago até o fim do livro, ou seja, ele comprou uma coisa e não pagou e fiquei muito curiosa com o que seria exigido dele.

O que falar de Snail Galford e Liriel Gabbiani? Não muita coisa... A história dos dois, que prometia muito no final do primeiro livro, mas não deu em nada no segundo continuou dando em nada além de uma distração no meio dos acontecimentos da guerra. As vezes lá estava eu super empolgada com um acontecimento no campo de batalha e de repente tudo era quebrado com um capítulo sobre os dois, que queriam buscar um tesouro escondido e por ai vai, a única coisa realmente boa foi ver Snail e Liriel enfrentando Jamil Coração-de-Crocodilo que reaparece, pra não fazer muita coisa além de dar um pouco de emoção para a trajetória dos dois.

Agora vamos aos fatos que eu vi no segundo livro e achei que seriam fatores importantes nessa continuação, mas não deram em nada. Vou por como uma lista porque acho que vai ser mais usual do que escrever tudo direto:

1 - Rei Anísio trouxe de volta os Cavaleiros de Hellsing, que ajudaram seu pai na Caça as Bruxas, eles foram muito pouco citados nesse livro, de modo que a urgência de seu retorno ficou desnecessária.

2 - Ruggiero foi nomeado capitão dos Cavaleiros de Hellsing, ou qualquer outra coisa de comando que não lembro o que agora, e é apenas citado em algumas passagens, eu sinceramente esperava que ele fizesse alguma coisa importante nesse livro, assim como os Cavaleiros de Hellsing.

3 - Robin Wood que parecia que iria fazer uma bela revolução no fim das contas é mais um que acaba sendo apenas citados em algumas passagens.

4 - No meio do livro acontece uma reunião que eu chamei de Conselho do Mal, onde estão juntos Ferrabrás, a "madrasta" da Branca, o Conde João matou e mais um monte de gente ruim pra planejar um monte de maldades, mas fora Ferrabrás e uma outra bruxa que esqueci o nome, o resto é só lembrança do passado nesse livro.


Concordam comigo que isso daria muito pano pra manga na continuação da história e que fatores assim deixam um gostinho de quero mais na ponta da língua? Gente, quanto mais eu lia, quanto mais eu ia vendo o livro ficando fino, mais eu me desesperava porque tinha certeza que esses acontecimentos iriam acabar ficando por isso mesmo e infelizmente foi isso o que aconteceu. O livro acabou e eu fiquei com uma série de perguntas na cabeça. Além disso, tem um fato que vem caminhando desde o primeiro  livro e esse fato é relacionado a Ariane Narin. Muito se fala sobre ela e a importância que ela teria no mundo e a trilogia acabou sem ninguém ter ideia do que todo mundo falava e claro, sem saber porque raios a menina foi marcada pra morrer.

Apesar de ter me decepcionado com todos esses pontos que citei eu não posso dizer que o livro foi todo perdido, muito pelo contrário, Raphael Draccon fez um excelente trabalho ao escrever sobre a história da Primeira Guerra Mundial de Nova Ether. As cenas de batalhas foram impecáveis e por várias vezes perdi o fôlego com o que estava acontecendo, principalmente quando a capitã e campeã do reino, Bradamante, estava envolvida. Sinceramente achei que a força, inteligência e coragem dessa mulher roubou a cena completamente e tornou a batalha diante dos meus olhos completamente épica.

Além disso a visão de Draccon sobre a Terra do Nunca e Petter Pan foi divina, a descrição do local me deixou perdida em meus pensamentos por muitos momentos de tão perfeita e bem elaborada que era, só achei uma pena a participação do Nunca na guerra ser tão pequena, mas posso dizer que apesar de ser pequena ela foi muito marcante e emocionante.

Nossa, falei demais, mas prometo que o que eu tinha pra falar sobre o livro já acabou. Conversando com o Wesley ele comentou comigo que Draccon tem planos de escrever um quarto livro pra essa trilogia. Fiz algumas pesquisas por ai e o que vi sobre isso é que a história se passaria cinco anos depois do final da guerra e isso meio que me deixou desapontada, porque pra mim todas essas pontas que ficaram soltas infelizmente vão continuar assim...

Bom gente, por enquanto é isso, espero voltar aqui em breve com uma nova resenha.

Beijinhos.

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