[RESENHA] Invisível

Autor: Andrea Cremer e David Levithan
Editora: Galera Record
Páginas: 322
Ano: 2014
Classificação: 3/5
Sinopse: Amaldiçoado desde o dia em que nasceu, Stephen é invisível. Nunca viu seu rosto nem corpo. Evitando desaparecer por completo, ele vaga por Nova York, à deriva. Até que sua nova vizinha de apartamento chega e é capaz de enxergá-lo! Logo, ambos se tornam mais que amigos. E tanto Elizabeth como Stephen precisam decidir o quão longe irão para quebrar a maldição que o acomete. Estariam dispostos a enfrentar o maior desafio de todos, a morte?


Voltei com mais resenha. Invisível, de David Levithan e Andrea Cremer. Mais um livro que me apaixonei de imediato pela capa. Quando li a sinopse, decidi que tinha que ler, principalmente por ter o dedo do Levithan, responsável pela minha melhor leitura do ano passado, o incrível Todo Dia. Agora, continuem a ler para saber quais foram as minhas impressões com o livro.



Invisível conta a história de Stephen, um garoto que poderia passar tranquilamente como alguém comum, se não fosse um elemento que faz de sua vida a mais diferente possível das outras pessoas: ele é invisível. O garoto, no começo da história, aparentemente não faz ideia do motivo que o fez ser assim. Ele só sabe que não pode ser visto por ninguém desde que nasceu. Sua mãe, que morreu meses antes do início da história, nunca chegou a ver seu rosto, seu pai o “abandonou”, dizendo que não conseguiria viver aquela vida, deixando a ele somente o cartão de crédito, para que o garoto pudesse sobreviver sozinho.

Um certo dia, que poderia passar batido na rotina de Stephen, acabou tornando-se um grande divisor de águas em sua vida. A algumas portas de seu apartamento, uma garota chamada Elizabeth tinha acabado de chegar de mudança. Ela derruba uma sacola de compras no chão e Stephen fica somente observando, consciente de que não pode ser visto, que é invisível para aquela garota. Mas, por algum motivo, ela olha em sua direção e, em seguida, fala com ele. Stephen fica paralisado, não entende a situação, até que finalmente sua mente começa a raciocinar corretamente e ele enfim percebe que pode ser visto, finalmente alguém poderia enxergá-lo.



É, acho que o que escrevi acima é o suficiente para começar a entender a história. A sinopse por si só já é um spoiler tremendo. De acordo com minhas recordações, que não sei se estão realmente certas, esse é o primeiro livro que eu leio em que autores juntaram-se em parceria e devo dizer que gostei bastante da experiência. Há momentos na história que o estilo de Levithan é bem evidenciado. Já Andrea, só pude presumir quais as partes que ela escrevia. Creio eu que Levithan ficou encarregado do ponto de vista de Stephen, enquanto Andrea cuidou do de Elizabeth.

Gostei bastante do início da história, tanto que eu queria ler mais e mais. A escrita do David é notável e sua construção de personagem é muito bem feita, apesar dos personagens estarem longe de ser grande destaque no livro. O relacionamento que começa a se desenrolar entre Stephen e Elizabeth é muito bem tratado pelos dois autores. Os medos, os receios, as atitudes, os pensamentos, tudo bem escrito e definido. Os sentimentos desenvolveram-se bem rápidos entre os dois protagonistas, mas nada desagradável. 

"Eu me encontro em Stephen quando nem sabia que esperava ser encontrada."

Como eu disse mais acima, os sentimentos desenvolvidos logo nas primeiras páginas não incomodaram, porém, a rapidez de acontecimentos em outras partes do livro, sim e bastante. Principalmente quando é a hora de Stephen receber explicações de seu pai, que resolve voltar a Nova York e conversar com o filho, que o havia contado que Elizabeth podia vê-lo. Eu esperava revelações de maneira mais gradual, sair das suposições e do romance crescente de maneira devagar, colocando os fatos página a página, até que todas as explicações pudessem ser dadas e o pretexto para a parte de fantasia do livro pudesse ser justificado. Mas não foi isso que aconteceu, infelizmente, tudo que é de informação importante para o motivo da invisibilidade de Stephen nos é jogada em poucos parágrafos. Achei uma mudança súbita demais, mesmo que esperada. No mais, a parte de fantasia ocorre de maneira fluída e bem interessante. Obviamente não é algo grandioso, mas é bem agradável de ser ler, mesmo faltando explicações mais completas para certos elementos da história. 



Os personagens, na minha opinião, não são um ponto forte da história, infelizmente. Stephen e Elizabeth pensam muitas vezes de maneira contrária, mas ao meu ver, nenhum pensa de maneira inteligente. Ele, muitas vezes é conformado demais e ela, frequentemente quer colocar o carro na frente dos bois, sendo precipitada demais nas suas atitudes. Ainda assim, principalmente Stephen, tem uma construção digna. Ver como ele enxerga o mundo é sensacional e o autor acertou a mão ali. O mesmo posso dizer de Elizabeth, que mesmo eu tendo achado ela um pouco chata em alguns de seus capítulos, é uma personagem que tem um bom crescimento dentro da história. 

O irmão de Elizabeth, Laurie, é provavelmente o melhor personagem do livro. Gay, foi espancado na antiga escola, motivo que foi o suficiente para sua família mudar para NY. É em grande parte o personagem com os pensamentos mais corretos, com muita força de vontade e mesmo sendo o mais diferente, em todos os sentidos, dentre todos os envolvidos diretamente, está pronto para ajudar. Fala o que pensa, além de ser o grande alívio cômico da obra. Os demais personagens, como a professora de Elizabeth, Millie e seu guarda-costas, Saul, fazem participações satisfatórias, mas nada espetacular. O mesmo pode-se dizer do vilão, o avô de Stephen, que para mim, só serviu para dizer que a história tinha um vilão. A importância que ele poderia ter foi extremamente diluída.

"Plantão de notícias - diz ele. - Eu sou gay, não um feiticeiro. Quem é gay e feiticeiro é Dumbledore, e, da última vez que verifiquei, ele ainda era só um personagem de livro."

Enfim, eu gostei da leitura, mas nada de espetacular. Provavelmente, como algumas vezes esse ano já, comecei a ler com muitas expectativas e acabei me frustrando um pouco com a história, que não deixa de ser boa por causa disso. O estilo de David Levithan que li em Todo Dia, está lá, mesmo que de maneira menos marcante, um ponto a favor da leitura. Ainda assim, poderia ser melhor, inclusive no final. Mas aposto que muitos irão gostar. É um livro leve, de leitura rápida, agradável e, para quem gosta de história românticas e de fantasia, é uma boa pedida. E fica a ressalva de que as cenas de ação do livro são excelentes, o que ajuda muito a nos manter grudados na história. Obviamente, recomendo.

Espero que tenham gostado da resenha. Comentem abaixo também sua opiniões. E a partir de hoje, começarei a fazer uma sequência alternada de resenhas/reviews, com livros e mangás, então, de acordo com isso, minha próxima resenha/review, será de um mangá. Fiquem no aguardo, pois ela sairá em breve!

Um abraço a quem leu até aqui e até logo!

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